CDL Santa Maria vai à justiça contra fundo eleitoral de quase 5 bilhões
Os brasileiros já estão acostumados a ouvir queixas dos governantes quanto à situação fiscal do país. Segundo especialistas, o Brasil está quase em um caminho sem volta onde se gasta mais do que se arrecada. Daí a adoção de uma política de austeridade, com cortes em orçamentos de educação, infraestrutura, entre outras áreas, além de reformas trabalhistas e previdenciárias. Tudo visando o “enxugamento da máquina pública”, termo também já conhecido da população.
Contudo, na última semana, o Governo Federal aprovou R$ 4,9 bilhões para o orçamento do Fundo Eleitoral, em 2022. O valor sancionado ficou mais de 100% acima do proposto originalmente, de R$ 2,1 bilhões.
Em meio a uma retomada econômica ainda tímida e com a pandemia voltando a tomar força, trazendo insegurança ao mercado, o valor causou revolta à sociedade civil organizada que, por todo o Brasil, vem “embarcando” em um processo movido pelo partido Novo junto ao STF contra o aumento de R$ 2,1 bilhões para R$ 4,9 bilhões. Fecomércio-RS e Federação das Indústrias de Santa Catarina já ingressaram com pedido à corte para participar como amicus curiae na ação, para atuar oferecendo subsídios e argumento à corte.
Em Santa Maria, a CDL já confirmou que também entrará com o pedido: “Além de fortalecer a iniciativa, queremos, com isso, manifestar publicamente a posição da entidade contra o aumento do ‘fundão’. Pois num país de grandes desigualdades, fortemente impactado com a perda do poder de compra dos brasileiros causada pela inflação, pelo aumento dos juros e pelos altos níveis de desemprego, é inaceitável e uma total falta de sensibilidade da classe política a aprovação de um montante de quase 5 bilhões de reais para destinação a campanhas eleitorais”, explica o presidente da CDL, Márcio Rabelo.
Texto: Guilherme Bicca
Foto: Agência EBC